sábado, 24 de março de 2012

3. Quais a tendências da TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação) para os próximos anos e como as organizações irão se beneficiar disso

A situação macroeconômica também torna favorável a expansão do mercado de TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação). Em 2011, vivemos um ano de fortes investimentos no setor de TIC com um crescimento acima de 10% quando comparado a 2010, sendo que apenas os projetos corporativos movimentaram cerca de US$ 60 bilhões, de acordo com o Gartner.
Para os próximos três a quatro anos, a previsão é que o mercado TIC brasileiro cresça anualmente (CAGR) entre 12% e 14%. O IDC projeta, apenas no Brasil, investimentos da ordem de US$ 120 bilhões em 2012, com 65% desse valor destinados a infraestrutura e serviços de telecom.
Nesse cenário tão positivo, o que o ano de 2012 deve trazer para a indústria de tecnologia e seus usuários? Quais são as principais tendências tecnológicas que movimentarão o setor e influenciarão a vida dos usuários ao longo este ano? 


1.  TabletsA Apple certamente revolucionou o mercado de tablets com a introdução do iPad, em 2010. Hoje, esse novo item eletrônico já está estabelecido – e é um dos principais sonhos de consumo na sociedade atual. Mas o que isso significa para o mercado de telecomunicações como um todo? Um tablet consome 500% mais dados que um smartphone. Segundo a Business Insider, a cada 60 segundos são comprados 81 novos iPad e milhares de aplicativos são baixados.
E não é só a Apple que tem feito sucesso. O novo tablet da Amazon, o Kindle Fire, somente em dezembro de 2011 vendeu um milhão de unidades por semana, segundo dados da própria Amazon. Um recorde que nem mesmo a Apple conseguiu. O Google, com o Android, também tem tomado uma boa fatia do mercado e há previsão de continuidade no forte crescimento mundial. No Brasil, estima-se que já foram vendidos cerca de 500 mil tablets. Embora não exista ainda nenhum dado oficial, a previsão para o mercado nacional é que essa quantidade mais que duplique em 2012, apenas em importações legais.
O mercado brasileiro de tablets em 2012 deverá ter ainda um impulso adicional, devido à desoneração fiscal para equipamentos produzidos no Brasil o que, com o câmbio estável, poderá reduzir o preço final em até 30%.
2. Windows 8Novo sistema operacional da Microsoft, o Windows 8 estará disponível ao mercado em 2012. Assim como aconteceu com versões anteriores, certamente a sua adoção será gradativa.  O grande diferencial tende a ser o seu desempenho para equipamentos com tela sensível ao toque e a inicialização cerca de 70% mais rápida, segundo dados do fabricante. O W8 provavelmente terá suporte à conexão USB 3.0, Internet Explorer 10, reconhecimento de voz e suporte aos processadores ARM (Acorn RISC Machine), que hoje respondem por cerca de 90% dos processadores embarcados RISC de 32 bits presentes em PDA, POS, periféricos, calculadoras, entre outros equipamentos.
3. SmartphonesOs smartphones dominarão o mercado móvel em 2012. Segundo a Anatel, em novembro de 2011 havia 236 milhões de celulares habilitados no Brasil. Apenas 16,4% eram 3G e menos de 6% smartphones. Mas a previsão é que o crescimento de vendas de smartphones no Brasil, em 2011, seja de mais de 44% se comparado a 2010. Alguns fabricantes trarão para o Brasil equipamentos com preços mais acessíveis, caso da Nokia que anunciou uma linha (Asha) com preço inferior a R$ 300.
Os grandes interlocutores nesse mundo de celulares inteligentes certamente continuarão sendo Apple e Google.  A Nokia deve ganhar espaço com o Windows Phone e a fabricação de alguns modelos no Brasil (ex: Lumia 710). Com relação à RIM rondam incertezas.
Algumas mudanças no mercado terão de ser endereçadas pelos fabricantes de smartphones. No passado, HTC e outras fizeram sucesso, pois o ambiente corporativo muitas vezes exigia soluções baseadas/compatíveis com ambiente Microsoft. Hoje a realidade mudou e o sucesso também vai depender da habilidade de atrair o ecossistema de desenvolvedores. Especialmente a Nokia terá esse desafio pela frente.  O ponto favorável à parceria Nokia/Microsoft é que a finlandesa tem um excelente relacionamento com as operadoras, e isso certamente poderá ajudar a impulsionar o Windows Phone.
4. Redes SociaisAs redes sociais continuam entre as tendências para 2012. Tanto sob a ótica dos consumidores quanto das empresas, o uso das mídias sociais deve continuar crescendo e amadurecendo, criando novas possibilidades de negócios. Entre as aplicações que se espera para este ano está o Social Commerce, que prevê a realização de transações diretamente nas redes, influenciando a compra dos demais contatos.
A polêmica dos “social gestures”, ou gestos sociais, também promete esquentar as discussões em 2012. Um dos exemplos é um aplicativo lançado pelo Facebook, em setembro de 2011, que permite que tudo o que o usuário escuta, lê ou assiste seja postado no perfil, automaticamente.
5.  TV EverywhereEm 2012 veremos a popularização do acesso à internet pela TV. Novos produtos, tanto em termos de dispositivos quanto de serviços, farão deste segmento um promissor campo de investimentos e consumo – o que deve ser mais uma preocupação para provedores de conectividade, já que o tráfego de dados (em vídeo) deve aumentar sensivelmente.
Outra tendência será a TV Everywhere. Nos EUA já é comum operadoras de TV a cabo – como Dish Network, Time Warner e Comcast – oferecerem TV, ao vivo e on-demand, por meio dos mais variados dispositivos conectados à internet (tablets, computadores, smartphones). Certamente começaremos a ver as primeiras implementações deste tipo de serviços pelas operadoras locais em 2012.
6. Reconhecimento de Gestos e VozO reconhecimento e controle por voz não é em si uma grande novidade. Mas nunca foi tão apurado. Um exemplo recente é o aplicativo Siri, da Apple, presente no iPhone 4S que permite o envio de SMS, criação de recados, procura na WEB, entre outras funções, apenas usando comandos de voz.  Uma tendência para 2012 é a utilização desse tipo de aplicativo em outros dispositivos. Quem sabe o controle remoto não passe a ser substituído por aplicativos como o Siri?
Já a Microsoft transformou ficção em realidade com o Kinect. Um equipamento que identifica gestos e que, em 2012, não será apenas utilizado como console de jogos. Inúmeras aplicações, que vão desde aplicações médicas até o controle de sistemas residenciais, estão sendo testadas usando a tecnologia do Kinect.
7. NFC e pagamento móvelÉ provável que 2012 seja o ano em que o pagamento com dispositivos móveis se torne comum ou, pelo menos, mais acessível. A tendência não é nova, mas a entrada de algumas empresas, como Google e Apple, aumentam a expectativa de que o smartphone tranforme-se em um “cartão de crédito ou débito”. Especula-se que 2012 será o ano do NFC (Near Field Communication), tecnologia que permite a comunicação sem fio por proximidade.  Um exemplo de aplicação do NFC para pagamento via smartphone é o Google Wallet, sistema desenvolvido pelo Google que equipa a linha NEXUS S 4G da operadora norte-americana Sprint e que funciona em conjunto com o sistema PayPass, da MasterCard. Estima-se que, em 2013, 20% dos celulares estarão equipados com sistema NFC. Além do Google Wallet, outros serviços baseados nas tecnologias de pagamento móvel já estão disponíveis, como Visa Wallet, Serve (American Express) e ISIS.
No Brasil, já há alguns anos existem sistemas iniciativas desse tipo, entre as quais se pode destacar Oi Paggo, N-Token, MarterCard Mobile (chip Vivo) e MPO (Claro/Bradesco). Esses sistemas, no entanto, utilizam SMS em vez do NFC para confirmação de pagamento.
Com uma base ainda pequena de assinantes no Brasil, espera-se que os serviços de pagamento via dispositivo móvel cresça significativamente em 2012.
8. HTML5O protocolo HTML5 tende a ocupar, em 2012, um forte espaço no segmento de aplicativos para dispositivos móveis. De acordo com estudo da Strategy Analytics, em 2011 cerca de 340 milhões de celulares tinham suporte ao HTML5 e, em 2012, esse número mais que dobrará.
Agora, com o anuncio da Adobe sobre o fim do Flash para o mercado móvel, o HTML5 não tem mais competidor à sua altura.  O HTML5 (Hypertext Markup Language, versão 5) é uma linguagem para estruturação e apresentação de conteúdo na WEB.
9. Context AwareA computação baseada em contexto usa as informações a respeito dos usuários – como suas atividades, localização, conexões e preferências – para melhorar a qualidade da interação. O Gartner, que coloca “Context Aware” como uma das top 10 tendências de 2012, diz que em 2015, 40% dos usuários de smartphones no mundo optarão por provedores que conheçam suas atividades e necessidades diárias.
Em 2014, o instituto projeta que existam mais de 1,4 bilhões de usuários que utilizem serviços baseados em localização. Mas as aplicações devem ir muito além. Uma aplicação “context-aware” poderia, por exemplo, saber qual o seu time preferido, quando ele iria jogar e onde comprar os ingressos mais próximos de você.
Em 2012, espera-se que inúmeras novas aplicações baseadas em contexto estejam disponíveis.
10.   CloudA computação em nuvem permanece como uma importante tendência para 2012, assim como foi no ano passado. As empresas fornecedoras em geral se preocuparão ainda mais em desenvolver modelos e aplicativos híbridos entre nuvens públicas e privadas, aumentando a segurança para aplicações críticas e reduzindo custos ao terceirizar a hospedagem de serviços que não sejam “core business”.  Ao mesmo tempo, o consumidor espera ver posturas mais firmes em termos de SLA e QoS das empresas prestadoras de serviços de cloud.
Em parte motivado pelo mercado de computação em nuvem, o mercado brasileiro de data center também deve passar por forte aquecimento em 2012. Entre os temas de destaque para o setor estão comunicações unificadas baseadas em nuvem; virtualização de servidores e rede; o amplo uso de rede de baixo custo 10 Gbps Ethernet, juntamente com tecnologias DCB (data center bridging) e FCoE (Fiber Channel over Ethernet) fará com que finalmente a convergências LAN/SAN e seus benefícios econômicos tornem-se realidade; estima-se que os servidores virtualizados gerarão mais tráfego do que uma conexão 10GE seja capaz de suportar.
11.   BYOD (consumerização)Tablets e smartphones já ocupam um lugar de destaque na vida das empresas e do consumidor quando pensamos em ferramentas de trabalho. Os desktops estão cada vez mais ficando relegados a trabalhos que requerem muita digitação e processamento. Portanto, 2012 é o ano da mobilidade nas empresas. Essa tendência ganha força uma vez que o mercado de aplicativos móveis corporativos está explodindo, com softwares mais amigáveis e com o nível de segurança desejado pelos administradores de TI. O conceito “anywhere, anytime”, estará ainda mais presente.
Além da mobilidade, 2012 passa a ser um ano importante quando pensamos na adoção de uma variedade bastante grande de dispositivos pelos funcionários. Quem passa a determinar o dispositivo de trabalho é o usuário e não mais a empresa, ou seja, BYOD (Bring your own device). A empresa tem de adequar a sua rede e infraestrutura a essa nova realidade que tem o vídeo como umas das suas aplicações mais críticas e massivas. 
12.   3G Offload / WifiO crescimento exponencial no número de dispositivos móveis com maior capacidade e necessidade de uso de dados causou uma explosão no consumo de dados nas redes das operadoras móveis. Mundialmente estima-se que o tráfego IP gerado por dispositivos como smartphones, tablets e computadores portáteis, cresça 92% anualmente. Na América Latina esse crescimento será ainda maior, chegando a 111% ao ano.
Suportar todo esse crescimento de tráfego demandará das operadoras de telecomunicações grandes investimentos nas suas redes móveis, especialmente 3G e 4G. Em especial no Brasil, grandes eventos como Rock in Rio, Rio+20, Copa das Confederações, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos e Paraolímpicos acelerarão ainda mais esses investimentos.
Até bem pouco tempo atrás as operadoras em geral não viam as redes Wi-Fi como uma possível extensão de suas redes moveis 2,5G e 3G. Porém,  com a crescente migração do modelo de negócios baseados em voz para baseados em pacotes de dados,  as operadoras tem percebido que podem ter grandes vantagens sob o ponto de vista de custos e qualidade, ao utilizar redes Wi-Fi como alternativa para o transporte de dados móveis.
Estudo de caso realizado pela Devicescape com 1 milhão de smartphones, mostra que cada dispositivo WiFi pode “aliviar” o tráfego 3G em cerca de 40%.
Em 2012 espera-se que as operadoras em geral, não só móveis mas também fixas, invistam pesadamente em redes WiFi públicas, seja para fazer o offload do tráfego de dados da rede celular para a rede Wi-Fi, seja para ter uma oferta complementar ao seu serviço de banda larga.
Adicional: em 2012 ainda veremos as primeiras versões de chip-sets e equipamentos com suporte a Giga-WiFi, ou seja, transmissão WiFi a velocidades entre 1Gbps a 7Gbps.
13.   LTE
O LTE (Long Term Evolution) é um novo padrão de redes de comunicação móveis, que pode ser chamada de 4ª geração. Esta nova tecnologia de rádio permite velocidades de 100Mbps de downlink e 50Mbps de uplink. A tecnologia já possui mais de 7 milhões de usuários no mundo, e os EUA são o país que concentra a maior quantidade de redes com suporte a LTE.
No Brasil, veremos em 2012 os primeiros testes com a nova tecnologia, que deve ficar restrita aos modems USB para conexão móvel em laptops, e não smartphones.  Grande parte das operadoras móveis já está se preparando para realizar esses testes.
O leilão da Anatel da faixa de frequência 2.5GHz (4G) está previsto para o primeiro semestre de 2012, embora existam ainda discussões sobre qual a melhor freqüência para o LTE no Brasil.
14.   IPv6O Brasil já acordou para a necessidade de implementação do IPv6. A próxima geração do protocolo base da internet é a solução para o esgotamento dos endereços IP públicos na versão atual (IPv4). Assim a internet poderá continuar crescendo.
Em 2011, várias operadoras iniciaram testes ou até mesmo implementações do IPv6 em suas redes. Em 2012, veremos ainda mais implementações nas telcos brasileiras, com oferta de serviços banda larga em IPv6, acesso IPv6 para empresas, maior quantidade de conteúdo na nuvem IPv6 e as áreas de TI das empresas iniciando testes e implementações.

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